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empre perdemos a
oportunidade para mostrar que estamos evoluindo e amadurecendo democraticamente,
que precisamos urgentemente se envolver com o sentimento de transformação para
fomentar as mudanças necessárias para atender as necessidades mais corriqueiras
de um coletivo. Lutas de classes sociais são perfeitamente compreensíveis e
negociáveis quando se reivindicam melhorias nos ganhos salariais e buscam
garantias de melhores condições de trabalho para os trabalhadores.
É mister, um candidato
ou postulante a uma prefeitura levantar a bandeira de melhores salários para os
professores, os agentes de saúde (incluem-se no pacote os ACS e os ACE),
enfermeiros, médicos, enfim, para todas as categorias de servidores, e nesse
embalo, as escolas, o transporte escolar, a merenda escolar, o calendário
escolar, o ano letivo, as unidades de saúde (ESFs), o combate as pragas, as ruas,
o atendimento as pessoas que precisam de assistência social, devem estar em
consonância e equilíbrio com as vantagens que serão concedidas para as classes
de trabalhadores e em ordem para atender a população como um todo, para aí sim,
afirmar, que todos serão os beneficiários da gestão municipal.
Isso é República. Isso é
democracia.
Num debate político em
que a população deseja ouvir as propostas dos candidatos, não seria interessante
as torcidas organizadas para aplaudir qualquer bobagem. Isso só mensura que os “favores”
para a consolidação dos empregos já oferecidos não tem interesse algum em ouvir
propostas para a saúde, a educação, a infraestrutura, o meio ambiente, o
esporte, a cultura...
Poderíamos aqui
exemplificar para não se alongar na articulação, três problemas corriqueiros
que mais castiga a nossa população e, baseado em análise e fatos, nós não vimos
serem amplamente discutidos num debate que reuniu na terça-feira (13) dois
postulantes ao cargo de prefeito de Araripina, a saúde (que virou um caos), a
educação e a segurança (apesar de ser da alçada do governo do Estado).
A saúde é o principal problema citado em todas as capitais do
país, segundo o Ibope, e essa transferência de problemas migram para as cidades
principalmente do interior como de certo, é uma realidade em Araripina. Então
porque não discutir a saúde ao invés de se criar factoide para animar plateia?
Por que não falar o que
pretendemos implantar de novo e o que temos como proposta para melhorar a
assistência aos pacientes que vão fazer Tratamento Fora do Domicílio e são
tratados como bichos em uma casa de apoio desconfortável e sem o mínimo de
decência na capital?
E o Centro de
Hemodíalise? Como vai funcionar se ainda não temos uma equipe preparada para
tornar realidade esse centro? E a emergência e urgência do Hospital, como vai
ser a parceria do Município com a instituição para atender a demanda e a
procura dos usuários do SUS? Como melhorar o atendimento às comunidades nas
Estratégias de Saúde da Família e o que temos de projeto para que a Unidade de
Pronto Atendimento (UPA) funcione, já que a maioria que foi implantada no país
está desativada e não funciona direito?
Essa semana foi
apresentado o Índice de Desenvolvimento da Educação
(IDEB) do Sertão do Araripe no ano de 2015. Araripina nos anos iniciais saiu de
4.1 (2013) para 4.2 (2015) (cresceu +0,1 em relação ao IDEB 2013) e nos anos
finais atingiu em 2013 4.0 e agora em 2015 caiu para 3.4. -0,6 em relação ao IDEB de 2013.
Isso não serviu de
discussão no debate, assim como os anos de 2015 e 2016 que foram os mais
prejudicados pela gestão atual, por conta de atraso de pagamento dos
professores, falta de transporte escolar, falta de merenda escolar... Mas
também seria o momento de procurar soluções para que esses mesmos problemas com
planejamento e racionalidade não voltassem a se repetir. O debate era
imprescindível para abrir essa discussão, já que Pernambuco tem a melhor “educação
no ranking nacional do Ensino Médio” do país com avanços “glamourosos” no IDEB
de 3,6 em 2013 para 3,9 em 2014.
E a segurança? Que apesar de ser uma área
de alcance do Estado, muitas outras saídas, como a guarda municipal, instalações
de câmaras de monitoramento, poderiam ter sido abordadas e vistas de
possibilidades distintas, para que o araripinense entendesse que as prioridades
são preocupações que estão na agenda dos candidatos e que deveriam ter sido
temas do debate.
O que pude perceber
foram dois candidatos que podiam muito bem provar que estão preparados
principalmente emocionalmente para gerir os destinos de nossa querida
Araripina, mas que talvez pelo momento tenso e de querer demonstrar para as
suas militâncias (ladeados pelos seus marqueteiros) quem seria o mais ovacionado
pela aquela plateia ávida por poder.
Podemos chamar atenção
pelas particularidades de cada candidato: Um
que estava nervoso e o outro que se valeu da velha “cola” para responder aos
questionamentos.
Para os aliados de
ambos, os seus candidatos venceram o debate, mas quem perdeu mesmo foi o povo,
que não tem muito que comemorar.
Faltaram discutir
propostas coletivas, propostas que beneficiam o povo em geral.
P.S. O debate que aconteceu no dia 13 de setembro de 2016, foi promovido pelo Sindicato dos Servidores Municipais – SIMA. Participam como convidados os candidatos a prefeito Raimundo Pimentel (PSL) e Aluízio Coelho (PP). O candidato Tião do Gesso do Solidariedade não compareceu ao evento.
Fotos das militâncias (Por: Everaldo Paixão)
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